Você se lembra de passar protetor solar mesmo em dias nublados? Muita gente ainda associa o uso do filtro solar apenas a momentos de lazer, como um dia de piscina ou aquela merecida ida à praia. Mas a verdade é que a radiação ultravioleta (UV) atravessa as nuvens e pode causar danos à pele mesmo quando o sol não está visível.
O uso diário do protetor solar é uma das formas mais eficazes de preservar a saúde da pele e prevenir doenças dermatológicas graves, especialmente neste início de ano, marcado por intensas ondas de calor. A exposição excessiva à radiação UV pode causar desde queimaduras solares até o câncer de pele, além de acelerar o envelhecimento precoce.
No entanto, ainda existem muitas dúvidas e mitos sobre o uso adequado do protetor solar. O sol emite diferentes tipos de radiação, sendo os raios UVA e UVB os principais responsáveis por danos à pele.
UVA: penetra profundamente na pele e contribui para o envelhecimento precoce, causando rugas e manchas.
UVB: afeta as camadas mais superficiais da pele, sendo o principal responsável por queimaduras solares e câncer de pele.
“O uso regular de protetor solar reduz significativamente o risco de câncer de pele, incluindo o melanoma, que é o tipo mais agressivo. Além disso, evita o envelhecimento precoce e protege a pele de danos cumulativos que podem levar a problemas dermatológicos no futuro”, explica Paula Albuquerque, dermatologista do H.FOA.
Protetor solar deve ser usado mesmo em dias nublados?
Um dos mitos mais comuns é que só precisamos de protetor solar em dias ensolarados. Mas a realidade é que a radiação UV atravessa as nuvens e continua impactando a pele, mesmo quando o sol não está visível.
“No inverno, em dias nublados e até chuvosos, a radiação UV está presente e pode causar danos cumulativos à pele. Por isso, o uso do protetor solar deve ser diário, independente do clima ou da estação do ano”, alerta a especialista.
Se mesmo após o uso do protetor solar a pele apresentar vermelhidão, ardência ou descamação, é possível que o produto não esteja sendo utilizado corretamente ou que o FPS seja insuficiente.
“Nesses casos, é importante avaliar se a aplicação está sendo feita na quantidade correta e no intervalo adequado. Se os sinais persistirem, pode ser necessário optar por um protetor solar com FPS mais alto”, orienta Paula Albuquerque.
Como escolher o protetor solar ideal?
A escolha do protetor solar deve levar em conta fatores como o FPS (Fator de Proteção Solar), o tipo de pele e a textura do produto.
FPS recomendado: O ideal é utilizar um protetor com FPS 30 ou superior. Para peles mais claras ou sensíveis, recomenda-se FPS 50 ou mais.
Textura adequada para cada tipo de pele:
- Pele oleosa: géis, séruns ou loções oil-free.
- Pele seca: cremes hidratantes.
- Pele sensível: fórmulas hipoalergênicas e infantis.
- Pele com tendência à acne: produtos não comedogênicos (que não obstruem os poros).
Hoje, existem diversas opções de protetores solares, como loções, géis, aerogéis, sprays, bastões e até pós com FPS, facilitando a adaptação à rotina de cada pessoa.
A dermatologista ressalta que um bom protetor solar deve oferecer proteção de amplo espectro contra os raios UVA e UVB, além de ser fotoestável, ou seja, manter sua funcionalidade durante a exposição solar.
“Atualmente, há fórmulas enriquecidas com antioxidantes, que ajudam a proteger a pele dos danos oxidativos causados pelo sol e pela poluição. Esses ingredientes potencializam a eficácia do protetor e contribuem para uma pele mais saudável”, destaca Paula.
Para garantir uma proteção eficaz, é fundamental aplicar o protetor solar de forma adequada. O produto deve ser aplicado 20 a 30 minutos antes da exposição ao sol e ser feita a reaplicação a cada duas horas ou antes desse tempo em casos de suor excessivo, atividades físicas ou contato com água.
Cuidados extras para quem tem pele sensível
Pessoas com pele sensível, tendência a dermatites ou rosácea devem dar preferência a protetores cremosos, que oferecem maior hidratação e evitam irritações. Outra opção são os protetores solares infantis, que costumam ter fórmulas mais suaves.
“O FPS 30 geralmente é suficiente para peles sensíveis, mas o ideal é optar por fórmulas que contenham antioxidantes e ingredientes calmantes para reduzir possíveis reações”, recomenda a especialista.
O segredo para tornar o uso do protetor solar um hábito é integrá-lo à rotina. Algumas dicas incluem aplicá-lo logo após o hidratante pela manhã, manter um protetor em locais visíveis, como ao lado da escova de dentes ou na bolsa e utilizar produtos multifuncionais, como bases e pós com FPS.
“A proteção solar é um dos cuidados mais simples e eficazes para manter a pele saudável a longo prazo. Com o tempo, usar protetor solar se torna um hábito tão natural quanto escovar os dentes”, ressalta Paula Albuquerque.
O uso do protetor solar vai além da estética – é uma questão de saúde. Ele protege contra os efeitos nocivos do sol e reduz o risco de doenças de pele. Independentemente da idade ou do tipo de pele, a recomendação é clara: use protetor solar todos os dias!
E lembre-se: ao perceber qualquer alteração na pele, consulte um dermatologista para garantir os melhores cuidados.