Na última terça-feira (26), realizamos o “Vida com Estomia”, uma roda de conversa seguida de um café da tarde, direcionada a pacientes ostomizados com o objetivo de acolher, promover a troca de experiências e oferecer orientações sobre os cuidados físicos e emocionais relacionados à ostomia.
Conduzido pela psicóloga Thayane Freitas, pela nutricionista Emanuelle Portugal e pela enfermeira Milena Coutinho, o encontro deu continuidade às atividades do grupo de apoio do hospital aos ostomizados e celebrou também o Dia Nacional dos Ostomizados, comemorado em 16 de novembro.
A ostomia, ou estomia, é um procedimento cirúrgico que cria uma abertura no abdômen ou tranqueia, chamada estoma, para permitir a saída de fezes ou urina do corpo (no abdômen), ou para auxiliar na respiração (traqueia). Geralmente, ela é indicada em casos de doenças graves, como câncer, obstruções intestinais ou doenças inflamatórias.
Os tipos mais comuns de ostomia incluem:
- Colostomia: desvia o conteúdo do intestino grosso;
- Ileostomia: desvia o conteúdo do intestino delgado;
- Urostomia: desvia a urina diretamente para uma bolsa.
Embora seja uma alternativa que salva vidas, a ostomia traz desafios que vão além do físico, exigindo adaptações no cotidiano e no cuidado emocional.
Os desafios enfrentados pelos ostomizados
A ostomia representa mudanças significativas na vida do paciente. Alterações na imagem corporal, ajustes alimentares e o manejo diário da ostomia estão entre os desafios mais frequentes. Além disso, muitos enfrentam preconceito e isolamento social, aumentando o risco de ansiedade e depressão.
O suporte psicológico é essencial para a aceitação da nova condição e de suas mudanças de acordo com a psicóloga Thayane Freitas:
“O suporte psicológico contribui para a elaboração de estratégias para lidar com as dificuldades emocionais e fortalece a autoestima. Isso resulta em uma melhora significativa da qualidade de vida do paciente.”
Thayane destacou ainda que dinâmicas realizadas durante os encontros são fundamentais para criar um ambiente acolhedor e facilitar a troca de experiências entre os participantes.
A alimentação também desempenha um papel crucial na adaptação à nova condição. A nutricionista Emanuelle Portugal explicou que a dieta deve ser ajustada de forma gradual após a cirurgia, começando por líquidos e progredindo para alimentos leves. “Nos primeiros dias, a alimentação deve ter baixo teor de fibras e gorduras para minimizar a produção de resíduos. Gradualmente, os alimentos podem ser reinseridos, respeitando as respostas do organismo de cada paciente”, afirmou Emanuelle.
A nutricionista também ressaltou a importância de evitar deficiências nutricionais e promover a cicatrização: “O acompanhamento nutricional fortalece o sistema imunológico, acelera a cicatrização e reduz o risco de complicações.”
A importância dos cuidados técnicos
Durante o evento, a enfermeira Milena Coutinho destacou a relevância de ensinar os pacientes a manejar corretamente os dispositivos de ostomia, como o corte adequado do equipamento coletor ao tamanho do estoma: “Uma má adaptação do equipamento pode causar vazamentos, irritações na pele e até infecções. Por isso, orientamos os pacientes sobre cada detalhe, desde a limpeza do estoma até a aplicação de barreiras protetoras para a pele.”
Milena também enfatizou o papel educativo da enfermagem nos encontros:
“Quando o paciente conhece e confia no manejo de sua ostomia, ele se sente mais seguro e preparado para enfrentar os desafios diários.”
A união dessas áreas não trata apenas dos sintomas e cuidados necessários, mas também promove uma visão integral do paciente, considerando sua individualidade e necessidades específicas. A interação entre psicologia, enfermagem e nutrição cria uma rede de apoio que aborda todos os aspectos da vida do ostomizado, desde a saúde física até o bem-estar emocional.
Os encontros são espaços fundamentais para educação, troca de experiências e superação de desafios. Ao unir conhecimento técnico e acolhimento emocional, o H.FOA garante que seus pacientes se sintam empoderados para viver com qualidade e confiança, mesmo diante de mudanças tão significativas.